sábado, 11 de agosto de 2007

Canto e a Dor...



Canto porque levanto-me sempre com as mesmas sentenças,
com as feridas abertas que continuam sem cicatrizar.
Ando pelas ruas,por desertos e selvas,
rasgando os altos mares,sem nenhum lugar.
Canto porque me canso de dar explicações,
nao tenho soluções,porquê tantas perguntas?
Passo de cama em cama,de boca em boca,de sonho em sonho.
Não volto de onde vim,nunca olho para trás.

E não melhor nem pior,porque em quem tropeço,
sofre da mesma dor,é igual,a mesma dor.
Não melhor nem pior,se está parado ou a andar,
sofre da mesma dor,é igual,a mesma dor.

Canto porque me farto dos mesmos lugares,
de ideias normais,para atingir a segurança.
Vou para outro lugar,onde o corvo,dos teus olhos comerá.
Canto porque levanto-me sempre com as mesmas sentenças.

E não melhor nem pior,porque em quem tropeço,
sofre da mesma dor,é igual,a mesma dor.
Não melhor nem pior,se está parado ou a andar,
sofre da mesma dor,é igual,a mesma dor.

domingo, 17 de junho de 2007

Amar.



Amar não existe?
Amar já não tem valor?
Está tudo tão diferente...
Será tão difil amar?
Parece que sim...
Parece não existir alguem que goste.
Apenas bons momentos,chega.
Será isso bom?
Acho que não,é como um interruptor no coração,desligando,ligando...
Acabará por se apagar de vez.O meu parece querer apagar-se...
Não quero esse uso permanente do botão,quero ficar ligado para sempre.
Porque não?
Qual o medo de amar? O passado?
Só é um negar da felicidade.
Ficar na rectaguarda,não muda nada...
Tentar é mais uma janela que se abre para a vida.
Quero amar,ama-me...
Não esperes,conhece-me...

domingo, 10 de junho de 2007

Amor.



Como te quero conhecer
Como te quero abraçar
Como te quero amar
Como te quero viver
Deixa-me...
Porque existes
Porque me conheces
Porque me apaixonei
Porque me ignoras
Diz-me...
Quero esse sorriso
Quero esse amor
Quero esse aroma
Quero esse brilho
Dá-me...

Por favor,amor.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Estou feliz...um sonho.



Adormeço e parto para outro mundo.O meu mundo,um mundo onde eu quero estar e me sinto bem.
Estou feliz.A felicidade revela-se de muitas formas,qual delas a melhor?Todas!Simplesmente a felicidade é boa e qualquer maneira de a ter é maravilhosa.Conhecemos tanto que nos faz feliz,uma imensidão de gestos e surpresas no dia-a-dia.
Quero continuar a sonhar,não custa.Penso porque nao será assim a realidade?Acredito que sim,pelo menos quero acreditar.
Poderá não chegar,mas também poderá ser no último minuto.
Estou feliz.Encontrei uma pedra preciosa,para lapidar e brilhar na minha vida,respiro segundo a segundo pelo seu brilho.
É lindo,belo,sem palavras,sua luz aquece-me o coração.
Nada mais importa que a sua existência.Encontrei.Quero conservar para sempre.A vida deu-me uma esperança,vou te-la até ao fim.
Se brilhar mais que hoje,amanhã estarei realizado.Pretendo chegar ao fim deste caminho da felicidade com esse brilho dentro de mim.
Essa jóia,a mais valioso de todas.
Estou feliz.Não me acordes...

Se amanhã.



Abraça-me
olha á tua volta
olha para mim
dá-me o teu sorriso
Sou eu que te quer
não fiques assim
espero te ver
tens aqui um amigo.

Vejo-te
imagem do meu mundo
doce realidade
imagem bela e doce
A dor por não te ter
bate lá no fundo
e mesmo sem querer
penso em dar tudo.

Se amanhã
me deres um sinal
mesmo tarde não faz mal
é muito bom para mim
Se amanhã
trocar-mos nosso amor
sentir-mos nosso calor
minha vida só para ti.

Sempre
esperei por este dia
com noites sem dormir
teu rosto no olhar
Intenso sentimento
doce aroma da tua pele
amar cada momento
nosso amor que é mel.

Se amanhã
me deres um sinal
mesmo tarde não faz mal
é muito bom para mim
Se amanhã
trocar-mos nosso amor
sentir-mos nosso calor
minha vida só para ti.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

O rio e o salgueiro.



Mais um fim de tarde.Já tinha terminado outro dia de aulas,e como sempre nesta altura da primavera,as tardes já eram bem agradáveis.Para nao demorar mais tempo,evitei passar pelo centro de Alvega,meti-me logo ali pela quinta depois da ponte da ribeira.Era mais fácil e rápido para chegar ao Tejo.Tinha de ter cuidado,pois o dono não gostava que o pessoal passa-se por lá.Ficava furioso e punha-se a gritar.Tinha de apressar o passo,mais cinco minutos e chegava.Podia ter deixado a mochila em casa mas,como não estava cheia,nem pensei nisso.
No Tejo não estava ninguem,apenas via o tio Vitorino o homem que transportava as pessoas de uma margem para a outra para a estação.Caminhei em direção á fase final da ribeira onde se misturava com o Tejo,passei as canas e cheguei ao pé do meu velho amigo salgueiro.No verão gostava de nadar ali ou entao junto á casa dos tiros-aos-pratos.
Sentei-me no seu tronco ja marcado de tantos anos e olhei o Tejo.Estava calmo e silencioso,deixava-me ouvir o vento nas folhas das arvores.A brisa era agradavel,tranquila e suprava-me ao ouvido,o seu som.Ficava ali uma ou duas horas apenas,olhando e sentindo tudo á minha volta.A paz respondia-me á vida que tinha,ali desaparecia e entrava noutro mundo,o meu mundo.Fechado pela presença da paz e solidão.
Nunca estive ali com ninguem,era de todos mas esses momentos só meu corpo se fazia sentir naquele local.Ficava como novo e regressava a casa,diferente,mais seguro e confiante mas, um novo dia viria e tudo começaria....

terça-feira, 15 de maio de 2007

Amores.



Amores anónimos não há
e assim foi pela madrugada
mesmo que seja um "assim fosse"
vou nomear-te namorada
ninguém já soube o que é o amor
se o amor é aquilo que ninguém viu
uma cor que fugiu
de um pano leve
e pairou serena e breve
no ar
(Pousa agora, borboleta
na pena deste poeta..

Pandora.



Filha de Zeus,foi criada com um dom de cada deus.Zeus ofereceu-a como presente a Epimeteu,irmão do gigante Prometeu,inimigo de Zeus.Prometeu proibio-o de aceitar tal oferta mas Epimeteu não obedeceu a essa ordem,casando com Pandora.
Na sua casa existia um vaso que continha todos os males do mundo e há muito que Pandora curiosa por natureza o queria abrir,tendo sido sempre impedida por Empimeteu.Um dia com a falta do seu marido,Pandora não esperou e tirou-lhe a tampa,espalhando assim os males pela Humanidade.Restou apenas a Esperança para evitar o desespero dos homens,porque afinal o vaso tambem guarda-va todos os bens existentes,os quais fugiram para junto dos deuses,sobrando então a Esperança.
Pandora foi a oferta de Zeus para punir a raça humana que,através de Prometeu tinha adquirido o fogo divino do Sol.

sábado, 28 de abril de 2007

Maldito duende.




Ouvi que a noite
é toda uma mágica
e que um duende convida-te a sonhar
e sei que ultimamente
despreocupado
tenho a impressão de flutuar

Amanhece tão depressa
e estou sozinho
não me arrependo do ontem
se as estrelas te iluminam
e servem-te de guia
sentes-te tão forte
que pensas
que nada te pode tocar

As distânçias ficam curtas
as horas passam rápido
esta camâra não para de filmar
com tanto para decidir
tanto ódio por aqui
se fosse possivel fugir deste lugar

Amanhece tão depressa
e estou sozinho
não me arrependo do ontem
se as estrelas te iluminam
e servem-te de guia
sentes-te tão forte
que pensas
que nada te pode tocar

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Mar



Sentei-me numa rocha,era grande e fica-va mesmo em contacto com a fina areia da praia.As ondas transmitiam-me pequenos salpicos de água salgada nas minhas pernas.Destruiam-se bem junto de mim e das outras rochas provocando uma explosão de espuma,sentia-me bem ali bem junto do mar.O meu Mar!
Soprava uma pequena brisa,era bom,trazia-me o seu cheiro fresco,quase que podia sentir o seu aroma nos meus lábios,não queria mais sair daquele lugar.
Conseguia ouvir o mar a falar comigo,fazia-lhe perguntas da vida e ele sorria nas ondas e dava-me as respostas na espuma delas,era um bom ouvinte e conselheiro.Queria ter a sua certeza mas tal não era possivel,mas fiquei de acreditar e de la voltar sempre que necessário.Levantei-me e olhei-o pela última vez naquele fim de tarde onde o sol já se despedia.Pus os óculos e parti...
-Obrigado,Mar!

domingo, 25 de março de 2007

Marka e o amanhecer.



Marka não estava bem,levantou-se bem cedo e não sabia bem porquê.Algo a fez sair do seu quarto bem antes das primeiras chaminés começarem a deitar o fumo e o cheiro intenso da lenha molhada do vale.O frio em breve seria trocado por um breve e suave calor desta primavera,afinal estava na altura certa.
Era mesmo muito cedo,o silêncio era geral apenas quebrado pelo som das aves que bem ali ao lado no rio esperavam pelo desejado pequeno-almoço.Marka era sempre das últimas a chegar á mesa.
Hoje nem se lavou,vestiu-se e correu pelas escadas a baixo,tão depressa que se esqueceu do chapéu que a acompanhava sempre que saía de casa.
-Marka,és tú? A voz tinha vindo do primeiro quarto junto das escadas,era a mãe de Marka que já se preparava pra levantar.
-Sim,mãe sou eu!Vou sair,não te preocupes!Adeus!
-E o pequeno-almoço?Onde vais? Claro que Linar não obteve resposta da sua filha.Marka já tinha descido a rua até á velha ponte de Garll que ligava as duas margens do rio Torger.Ainda estava fresco mas Marka levou a sua capa de lã de ovelha que ganhou o ano passado no festival da aldeia.
O festival de Caringan reunia os seus habitantes e todos faziam questão de presentear os visitantes com as suas artes.Uns com capas de lã feitas dos seus rebanhos,outros com doces de cereja,vinho,enfim de tudo um pouco.A pequena aldeia de Caringan era tradicionalmente conhecida pelo bom vinho e lã de ovelha.
Marka parou junto á ponte olhando demoradamente para a outra margem,o nevoeiro matinal dava para ver muito.Marka avançou lentamente sobre as tábuas já gastas do tempo e dos rigorosos invernos da região.
Quase ao chegar ao meio ouviu uma voz vinda da aldeia,era Linar,sua mãe:
-Marka volta aqui,sabes bem que não podes passar a ponte de Garll!Volta,filha!
Marka olhou a sua mãe e ao mesmo tempo o final da ponte que a levaria até á floresta de Bengor Mann.Marka escolheu a floresta.