domingo, 25 de março de 2007

Marka e o amanhecer.



Marka não estava bem,levantou-se bem cedo e não sabia bem porquê.Algo a fez sair do seu quarto bem antes das primeiras chaminés começarem a deitar o fumo e o cheiro intenso da lenha molhada do vale.O frio em breve seria trocado por um breve e suave calor desta primavera,afinal estava na altura certa.
Era mesmo muito cedo,o silêncio era geral apenas quebrado pelo som das aves que bem ali ao lado no rio esperavam pelo desejado pequeno-almoço.Marka era sempre das últimas a chegar á mesa.
Hoje nem se lavou,vestiu-se e correu pelas escadas a baixo,tão depressa que se esqueceu do chapéu que a acompanhava sempre que saía de casa.
-Marka,és tú? A voz tinha vindo do primeiro quarto junto das escadas,era a mãe de Marka que já se preparava pra levantar.
-Sim,mãe sou eu!Vou sair,não te preocupes!Adeus!
-E o pequeno-almoço?Onde vais? Claro que Linar não obteve resposta da sua filha.Marka já tinha descido a rua até á velha ponte de Garll que ligava as duas margens do rio Torger.Ainda estava fresco mas Marka levou a sua capa de lã de ovelha que ganhou o ano passado no festival da aldeia.
O festival de Caringan reunia os seus habitantes e todos faziam questão de presentear os visitantes com as suas artes.Uns com capas de lã feitas dos seus rebanhos,outros com doces de cereja,vinho,enfim de tudo um pouco.A pequena aldeia de Caringan era tradicionalmente conhecida pelo bom vinho e lã de ovelha.
Marka parou junto á ponte olhando demoradamente para a outra margem,o nevoeiro matinal dava para ver muito.Marka avançou lentamente sobre as tábuas já gastas do tempo e dos rigorosos invernos da região.
Quase ao chegar ao meio ouviu uma voz vinda da aldeia,era Linar,sua mãe:
-Marka volta aqui,sabes bem que não podes passar a ponte de Garll!Volta,filha!
Marka olhou a sua mãe e ao mesmo tempo o final da ponte que a levaria até á floresta de Bengor Mann.Marka escolheu a floresta.